Olha, contrariando as expectativas e os costumes, aqui estou eu, escrevendo mais um post, eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee. Mas devo deixar claro que isto só foi possível por dois motivos: 1-tive quase toda semana of pois a Gemma e o Will (bebê que cuido) foram viajar e 2- hoje tive um delicioso dia de preguiça! Hoje, sábado, eu e o Marcelo não fizemos nada com exceção do almoço e de assistir Glee a tarde inteira, minha nova série da vez. Sério, não é a toa que é um fenômeno por aqui! Não há um só lugar que você vá que não escute Don’t stop, belive”. Na parada gay mesmo tocou infinitas vezes e toda vez eu e Mariana cantávamos com toda força do nosso âmago, mesmo sem saber a letra! (Isto uma freqüência para mim) A única coisa meio “dimax”, como diria o manezinho, são os playbacks, o que por si só já o brega, ainda mais mal feitos como são no programa. Mas mesmo assim é muito bom, porém vou parar por aqui que o objetivo não é fazer criticas a programas de TV e sim falar um pouco sobre a vida de au-pair, fazer novamente um post útil..rs.
Trabalhar de au-pair sempre é complicado, além de histórias cabulosas que você ouve de vez em quando, tanto sobre au-pairs sem noção quanto sobre famílias insanas, tem milhões de coisas que você nunca deixa de levar em conta e pensar sobre. Ás vezes paro para pensar o quanto deve ser dificel optar por colocar uma pessoa que vc mal conhece dentro de sua casa, para morar com você, dividir espaço com sua família e cuidar de seu bem mais precioso, seu filho. E por outro lado penso o quanto isso também é uma opção barata para as famílias e como tem gente que aproveita disso. Tem uma menina, por exemplo, que trabalha em uma família em que a mulher tem 2 au-pairs e além delas cuidarem dos filhos dela ainda cuidam de uma escolinha. Com certeza mais vantajoso que pagar uma professora.
Mas falando de minha experiência, que graças a Deus não tem nada de cabulosa, queria falar da coisa mais complicada de lidar: espaço. Qual espaço que você ocupa dentro da casa. Isso sempre me deixa um pouco confusa. Nunca dá para ter certeza de como agir, do que é necessário, o que é educado. Onde acaba amizade e começa vinculo empregatício. Perguntas como: será que tenho que ir cumprimentar as visitas quando não é meu horário? Será que tenho que ficar junto com a família quando tem visita? Será que quando chego da aula tenho que ficar assistindo TV? O que eles vão pensar se ficar trancada no meu quarto? Essa pergunta vem na cabeça o tempo todo e de uma forma ou de outra você nunca fica 100% a vontade, afinal, não é a sua casa, por melhor que você se dê e mais amigáveis que as pessoas sejam, nunca será. É impossível não pensar: será que estou atrapalhando? Será que estou sendo muito anti-social? Será que estou sendo muito social?
O equilíbrio acho que sempre será um mistério... E tudo depende também o quanto você se preocupa e esclarece as coisas. Eu realmente sou um pouco histérica tanto com a questão profissional, não consigo separar profissional do pessoal, quanto com esta coisa de agradar. Até por que sei que não sei lidar muito bem com pressão e críticas negativas, por mais que elas sejam erradas ou certas eu sempre fico acabada...É meu lado dramático... O Marcelo sempre me conta com um exemplo perfeito, diz ele: “Raquel, mas pare... Tem 39 alunos que te adoram e tu fica aí se lamentando por um que não vai lá com a tua cara!?”. Eu sei, mas é tipo: mas forte que eu! Muitas vezes acabo perdendo muitas coisas por causa disso. Não sou uma pessoa de reclamar e colocar os pratos na mesa se sei que isso pode magoar outra.. É tolo e estúpido, eu sei... Então, tenho que levantar as mãos para o céu por ter encontrado esta família para trabalhar. Claro que ás vezes dá aquela coceirinha vendo oportunidades para ganhar beeeeeeeeeeeeeeeeem mais e trabalhar bem menos, ainda mais agora que meu inglês esta melhor, mas o ideal é sempre parar para pensar e pesar os prós e contras. E ainda tem o lance do comprometimento, afinal não é qualquer trabalho onde é fácil ser substituído! Além da família tem o bebê, ou criança e o apego com ele , todas as relações emocionais oportunizadas e criadas. É uma casa, um lar, uma segurança.
Com certeza não teria evoluído nem metade do que evolui se não estivesse trabalhando como au-pair. Quando paro para comparar o que sabia de inglês antes e agora fico orgulhosa de mim. Está certo que para escrever ainda sou medonha..sério, escrevo muito mal em inglês, esse lance das vogais com outros sons e preposições me matam, mas consigo entender quase tudo que as pessoas falam e consigo falar relativamente bem, claro que ainda com erros horrendos, mas consigo comunicar tudo que quero, pra quem não sabia verbo to be é uma grande coisa! E isso, graças a opção de ter virado au-pair, pois se dependesse só da escola estaria perdida... Tudo é pratica. Querendo ou não inconscientemente as coisas vão entrando na cabeça e as frases e as palavras fazendo sentido pois você associa a fatos. É como se automaticamente uma rede de relações fosse se formando na mente.
Resumo da ópera: o que você está disposto a abrir mão? O que é mais importante? Isso é que se tem que levar em conta sempre ao tomar decisões!
Bom..cheeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeega....rs... bj e boa semana!