Nostalgia e desabafo...

É engraçado como as coisas são, faltando exatamente 34 dias para o meu embarque várias "fichas" começam a cair e os sentimentos de nostalgia e saudades começam a ficar mais forte, começam a se materializar.
Acabei de encontrar minha identidade em uma caixa de documentos, como muitos, acho minha foto praticamente irreconhecível, e até de mal gosto, mas a verdade é que ela me lembrou de outra foto, uma foto que significa muito para mim e que carrego a anos em minha carteira: uma cópia da foto para inscrição do vestibular (essa de mais mal gosto ainda... rs).
Estava em dúvida sobre qual assunto abordar neste post, são tantas coisas que penso ao mesmo tempo... mas essa foto me relembrou o verdadeiro sentido de minha viagem. Me lembro que quando era pequena, ali pela terceira série, ouvi uma mensagem destas tantas lidas pelos professores da qual nunca esqueci. Esse texto classificava os dois tipos de pessoas que passam pela nossa vida: as cometas e as estrelas. Estrelas são aquelas que brilham sempre aos nossos olhos, que são seguras, que alcançam sua magnitude na estabilidade pois elas estão sempre ali. As pessoas cometas são aquelas que vem com tudo, pegam fogo, iluminam e passam, porém são inesquecíveis. Por mais que adore estrelas, eu sempre quis ser um cometa. Sempre me fascinou mais... Descobri com o tempo, que sou uma pessoa de passagem. Na estabilidade do cotidiano me sinto apagada,perdida, estagnada. Meu corpo e minha alma são viajantes.
Relembrei de como cresci como pessoa depois destes quase 9 anos em Florianópolis. De quantas pessoas conheci, de quantas experiências vivi, de quanto sofri, de pessoas que amei e da verdadeira familia que formei. Dos looks, das roupas, das fases, das festas, das tatuagens, dos lugares, das pegadas na areia e dos copos vazios em bares entre gargalhadas e filosofias de botequin... Me lembrei da despedida de Santa Rosa com carro de som e tudo (sem comentários sobre isso), do momento em que dei um abraço em minha mãe e ela sorriu e me disse: - vai com Deus filha.E eu fui, junto com muita bagagem, bijuterias (acreditem eu usava),com o cabelo comprido daquele tom loiro ofuscante que a gente só vê no interior.
Lembro das cartas gigantescas ecritas para as amigas e das pequenas coisas que são marcos homéricos em nossa vida aos 18 anos. Lembro das mudanças, da emoção, da paixão pela vida e pela surpresa do amanhã. Eu preciso disso novamente, eu preciso do mundo e do novo, pois o que já vivi está para sempre em mim e é para sempre aquilo que sou.
Vou sentir sim muitas saudades, mas o que vivi aqui, assim como o que vivi antes e todas as pessoas que amo são para sempre e estarão sempre comigo, querendo elas ou não...

Sempre que me perguntam: _ O que você vai fazer lá? Não vem outra coisa em minha mente a não ser viver.

Faltam 34 dias.
Obs: já estou vendo que a festa de despedida vai ser uma choradeira...